quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vida sedentária numa Cidade da provincia

           A vida na província é boa para pessoas de meia idade viverem os seus momentos felizes da reforma, ou para educar crianças sem stress, agora quando se está na casa dos 20 anos é mau, muito mau. A província por si só não é má, se viver a poucos quilómetros de uma grande cidade (como houvessem grandes cidades no nosso pequeno país). 

           A província é rica em tascos armados em cafés, cafés armados em bares, e bares armados em discotecas. E nesta "armação" pegada, para mal dos que lá vivem e sabem no que constam os conceitos, tudo é mau, muito mau, mesmo pensando no dito bar como café. Como o meio é pequeno, os radares mais desatentos detectam todo o tipo de movimentos, quem socializa com quem, quem vai onde, quem mora onde, quem fode com quem.

         Na província somos todos V.I.P.,  até porque há falta de tema de conversa, fala-se da vida alheia como se de vedetas de revistas cor de rosa fossemos. Não é dotada de vida, e a vida da província somos nós, que engordámos, nos chateámos com alguém, que andamos cabisbaixos,... O Inverno é chato por não nos permitir sair sequer de casa, e o Verão a desilusão ao vermos que não temos onde ir. E damos por nós a fazer expedições do quarto para a sala, da sala para a cozinha, e quando damos por nós já temos mais 5 quilos.

         A televisão passa a ser a porta para um mundo que não entendem os provincianos, e que o adaptam á sua percepção capta das coisas. Aos sábados, quando saiu para tomar o "social" café, depara-me com modelitos dignos de capa de revista, que contextualizados na província roçam ao ridículo. É triste não saborear o anonimato da saída de uma escada de metro, e ser um em centenas, sem ninguém te perguntar nada, sem ninguém reparar em ti a menos que te queira assaltar.

        Não há bela sem "senão", e infelizmente ninguém esta completo sem desconfiar de alguma coisa, ninguém cresce no meio da tranquilidade, felicidade, e os provincianos são parvamente felizes, uma coisa que até enerva!!! Eles não me entendem, estão cheios de pré- ideias que a religião lhes incutiu, e da educação que a mãe lhes ensinou que é a mesma há quatro gerações.

Abaixo a província!!!

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