sábado, 19 de março de 2011

Revista "Mulheres"

             Há os que coleccionam coisas, da mais variada espécie, relativos a momentos, gostos, crenças... mas disso eu já falei noutro post. Da minha infância, se não for a minha mãe a guardar as minhas "relíquias", que tenho para mim que são mais dela do que minha, nada teria armazenado.
              E na minha arrecadação coabitam todo o género de "memórias" que suscitam na minha mãe uma certa nostalgia, e que em mim.... em mim, nada. Ela tem numa arca cadernos da primária, medalhas da natação, diplomas da melhor leitora da biblioteca, enfim... eu já mencionei o quanto insensível me mantenho ao espólio. 

               Mas hoje encontrei uma revista publicada no mês e ano em que nasci, e posso declarar-me uma lamechas, isto porque imaginei a minha mãe depois de 12 horas de parto, com um rebento de 4kilos (eu não sou gorda, sou predestinada, de qualquer maneira e como sou uma gaja gira serei quanto muito voluptuosa), a folhear a revista.

         Sem carga emocional associada, desprendendo-me dela, a revista "Mulheres" tem um grafismo péssimo, hoje em dia nem um pasquim informativo feito por miúdos da primária é tão desprovido de estética gráfica como a revista dessa altura. Da publicidade presente, apenas reconheço produtos como Toyota (não no mercado automóvel, mas como máquinas de tricotar); Durex ( "O preservativo mais seguro de sempre a planear a família"); Moulinex (com direito com página inteira de publicidade a cores e papel lustroso); Pantene (mas sem o Pró-v); Waterman (e olhem que agora já nem vejo publicidade dessa marca, mas as canetas ainda existem) e Editorial Caminho. Todos os restantes produtos, ou mesmo referencias a serviços do interesse feminino, imagino-os sempre anunciados naquela voz nasalada típica de rádio dos anos 70 (que nada me dizem, entenda-se).

                 Em termos de conteúdo, espremido, espremido, ainda tem alguma coisa; o que achei mais caricato foi o tom feminista de algumas observações, que de acordo com o alinhamento editorial se enquadram, sobre publicações de outras revistas e mesmo fotos. Não imagino nenhuma feminista, não conheço nenhuma, aliás penso mesmo que nunca ouvi uma mulher dizer convictamente: "Os homens são uma merda!" (sim porque as que o dizem depois de acabar com os namorados, não têm muita credibilidade, passado poucos meses andam enroladas com outro).

                 Quando chegar de fim de semana publico umas fotos, para que todos se riam da capa, para ver o quão arcaico que a dita é. 



                

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