sábado, 3 de setembro de 2011

Ao meu amigo João Nunes

          João Nunes não é meu amigo, é um conhecido próximo. Vivemos cordialmente, e aparvalhadamente, quando nos encontrávamos para beber café ( mas beber café mesmo e não ao que se refere um anterior post).
       Semanalmente, eram várias as vezes que nos encontrávamos, e a empatia era certa, digamos que partilhamos as mesmas referências culturais, apesar da diferença de idades... o João Nunes atreveu-se a fazer mais que 25 anos. É como se fossemos fruto da mesma educação, apesar de não sermos da mesma família, nem de termos o mesmo país da primeira infância em comum.
           Crescer é uma treta, quando somos pequenos agarramos-nos e beijamo-nos logo que nos vemos, na adolescência continuamos a ser amigos com alguma facilidade e depois remetemo-nos a um simples "Olá!"... E o meu amigo João não levou de mim um simples "olá", levou mais do que isso... ei não levou "isso" suas mentes perversas!!!
             Eu vou sentir saudades do João! Aliás eu não sei quando volto a ver o João, e só de pensar nisso, sinto saudades... Eu chorei à frente do João quando eu tomei consciência de que seria a última vez que o ia ver. Porque eu nunca valorizei o João como sendo meu amigo, e a vida um dia vai trazer a catalogação de pessoas que me rodeiam como "perigosas" e "não perigosas" como imperativa e protectora de mim.
             E no fim de tudo, não é que eu só vá sentir saudades do João, mas ele foi quem apelou ao meu saudosismo de uma estabilidade que eu nunca tive, a não ser com o Mário ( mas é diferente o Mário é meu namorado, melhor amigo, confidente, amante, cúmplice...)... Aliàs quantos foram os "João Nunes" que eu já deixei para traz? 

Sem comentários: